sexta-feira, 15 de junho de 2018

"Carrinha era um caixão com rodas", diz procuradora sobre acidente que vitimou 12 emigrantes

Velocidade excessiva, veículo sobrelotado, condução perigosa, carga mal acondicionada. Foram estes os fatores que estiveram na origem do acidente que, a 24 de março de 2016, matou 12 emigrantes, perto de Moulins, França. Um serviço de transportes ilegal da responsabilidade de tio e sobrinho. "Aquela carrinha era um caixão com rodas", disse a procuradora, antes de o condutor, Ricardo Pinheiro, de 22 anos, ser condenado a três anos de prisão e Arménio Pinto, de 44, organizador da viagem, ser punido com quatro anos. Os juízes demoraram pouco mais de uma hora a deliberar. Nesse período, Ricardo Pinheiro chorou. Já o tio dirigiu-se a familiares das vítimas e pediu desculpas. Ricardo e Arménio, naturais da zona de Trancoso e emigrados na Suíça, respondiam por 12 crimes de homicídio por negligência, pelo acidente que teve como palco a RCEA, conhecida por ‘estrada da morte’. "Não me lembro da velocidade nem da ultrapassagem", disse esta quarta-feira Ricardo Pinheiro em tribunal. Avançou que fez a viagem entre a Suíça e Portugal umas 20 vezes porque precisava de dinheiro e era uma maneira de ajudar o tio. Arménio Pinto, por sua vez, disse em tribunal que se sente culpado por ter adicionado lugares na carrinha. Em vez dos seis lugares de origem, estava adaptada para o dobro. Arménio diz que iniciou o negócio de transporte em 2015 e que o número de clientes não parava de aumentar. Pensava em legalizar o serviço.

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